terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

FABÍOLA -Castro Alves


Como teu riso dói... como na treva

Os lêmures respondem no infinito:

Tens o aspecto do pássaro maldito,

Que em sânie de cadáveres se ceva!


Filha da noite! A ventania leva

Um soluço de amor pungente, aflito...

Fabíola!... É teu nome!... Escuta é um grito,

Que lacerante para os céus s'eleva!...


E tu folgas, Bacante dos amores,

E a orgia que a mantilha te arregaça,

Enche a noite de horror, de mais horrores...


É sangue, que referve-te na taça!

É sangue, que borrifa-te estas flores!

E este sangue é meu sangue... é meu... Desgraça!

Nenhum comentário: